Corneta do RW

Diogo Pipoca compôs uma peça clássica das dores gigantes da IVI

Depois da repercussão mundial do hat-trick de Suárez contra o Botafogo, a IVI de todos os quadrantes está buscando um “reposicionamento da marca” ou “rebranding“, que é quando uma instituição faz mudanças na maneira como se coloca ao público, visando transmitir uma nova imagem.*

Um clássico que mereceu página inteira da edição dominical do jornal da IVI da Ipiranga

O Capitão da IVI, por exemplo, agora já “admite” que Luizito é um ídolo do Grêmio, depois de ter se agarrado por semanas na tese de que era “apenas” um grande jogador.

Diogo Pipoca, o consagrado camisa 10 da IVI, presente na escalação do escrete alvirrubro em todos os anos desde o primeiro time de 2013, foi obrigado a tentar desdizer aquilo que tem escrito sobre o craque uruguaio e, para isso, ganhou uma página inteira do jornal de fim de semana da IVI da Ipiranga.

O que fez o gênio de estilo insidioso do meio campo ivista diante desse desafio?

Dejetou uma “anti-coluna“, em que usou da folha-seca, do chute de três dedos e todo seu repertório de jogadas de efeito.

A tática utilizada foi brilhante, é preciso reconhecer. Para não dar o braço a torcer, porque o cotovelo está muito doído, Pipoca, para se redimir com Suárez escreveu um suposto elogio a…Alberto Guerra!

Em compensação, a foto enorme que ocupa cerca de um terço do espaço da coluna é de…Alberto Guerra!

Louvação incomum, é verdade, já que entulhou o texto de palavras e expressões de peso negativo como “aceitar as exigências”, “atender a um desejo“, “dívida“, “aceitou…sem objeções“, “limão em limonada“, “sem pedir nada em troca“, compondo um clássico do “dizer desdizendo” ou do “sem querer querendo“, consagrado por Chaves e, apenas por modéstia, não encerrou com o “não contavam com minha astúcia!“, do grande Chapolin Colorado.

Diogo Pipoca mostrou-se condoído e solidário a Suárez, não sem incluir, naturalmente, observações capciosas como “arroubos de humor“, “era teatro“, “colapsado Botafogo“, “traidor“, “mal agradecido“, “Grenal vencido pelo Inter“, além de lembrar das derrotas de Kobe Bryant, Federer e Nadal e não das vitórias desses vultos do esporte. Em resumo: engoliu ter que “elogiar” Suárez, desde que fosse como derrotado.

Pipoca é um driblador genial, cheio de recursos de “negaceio“. “O momento da virada não foi em São Januário“, é um exemplo da negação para diminuir o impacto da vitória histórica; “nada tem a ver com privilégio“, para dizer desdizendo que Suárez foi privilegiado; “era teatro, então? Que nada.“, para soprar o fole da desconfiança, mas negando-a, é claro.

Diogo Pipoca: um camisa 10 articulador que joga de fraque

E, naturalmente, por toda a extensão desta peça indelével da gigantesca dor da IVI, paira a sombra de Messi (“irmão“) e os rastros de nuvem no céu deixados pelos jatos em direção a Miami, que é onde todos os ivistas querem ver, o quanto antes, Luis Suárez.

Por essas e outras, Diogo Pipoca está no Time de Ouro da IVI e recebeu, emprestada de um craque azul que também o incomodava, a alcunha de “Maestro Pifador” dos vermelhos isentos.

Caso reste alguma curiosidade sobre a fonte que repassou as pressupostas “informações” do acordo entre Guerra e Suárez a Diogo, a resposta é bem simples: ela foi a própria imaginação alimentada por uma imensa dor de cotovelo.

*Das Seções de ‘Publicidade e Propaganda’ e ‘Semiótica e Análise do Discurso’ da redação do blog Corneta do RW

Compartilhe este post

Pesquisa

Assista e Inscreva-se!

Arquivo