
Para aqueles que não conhecem os ‘componentes’ do programa de debates do meio-dia na Orfanotrófio, o blog, num esforço de reportagem, conseguiu esse um retrato da turma.
Quem só ouve aquelas vozes, fazendo piadas chamadas “de 5ª série” – o que, aliás, é uma dupla imprecisão, pois a designação atual é “5º ano” e os estudantes dessa idade já têm mais maturidade que alguns dos “debatedores” do programa – não imagina as feições da patota toda.
Entre eles há craques que já foram escalados nos primeiros times anuais da IVI, um dos quais ganha a vida hoje como colorado “identificado” e já foi um daqueles que vociferavam indignados ao tempo que eram apontados aqui como torcedores não assumidos, e mais três ou quatro ‘identificados’, vermelhos e azuis.
A “linha editorial” de hoje, por exemplo, foi a troca de cornetas que variam de infantiloides a grotescas, passando pelas batidas e provincianas, antes de um fim de semana de grenal.
A questão da violência nos estádios passou rasa, como aquelas pedrinhas jogadas nos lagos para ver quantos vezes quicam na superfície.
Não foi possível perceber o mínimo indício de autocrítica de que esse tipo de “sacanagem” clubista antes de clássicos tem um alcance muito diferente quando feito numa mesa de boteco, entre amigos, ou em frente a um microfone que atinge milhares de ouvintes, dos quais pouco se sabe sobre a capacidade de diferenciar entre brincadeira fraterna e humilhação daqueles que torcem pelo clube rival.
Em síntese, foram horas de falação entre profissionais(?) de rádio trocando farpas, provocações clubistas e fazendo leitura de mensagens de torcedores anônimos, mais uma vez, sem qualquer vestígio de reflexão sobre a responsabilidade pelas consequências que isso pode causar nas ruas e nos estádios.
Ass. Petroleiro de Rio Grande || contato: petroleiroRG@gmail.com